![]() |
Fonte: Tumblr |
Mais uma vez eu sai sem te escutar. Mais uma vez a única coisa que ouvimos foi o barulho da porta. Sem palavras de desculpa e nem um "eu te amo". Mais uma vez nos machucamos, brigamos, dissemos o que não devÃamos. Mais uma vez abrimos mão desse sentimento por uma causa boba e para termos razão. Mais uma vez joguei nossa relação para os ares.
Sei que falei que não via expectativa na gente e naquele momento realmente não via. Ali eu estava com mágoa e algo me dizendo “Não baixa a guarda, ele não merece” tipo aqueles anjinhos e demônios de desenho, sabe? Mas agora estou aqui, pensando em como seria a vida se a gente realmente se distanciasse. A gente iria se falar normalmente por uma ou duas semanas, depois as conversas iriam ficar mais raras. Talvez, você conhecesse alguém. Talvez, eu também, e as nossas conversas já não teriam tanto entusiasmo. Eu iria ter que deixar um outro alguém me conhecer, assim como fiz com você lá no inÃcio, e só de pensar nisso tenho preguiça. Tenho preguiça de conhecer outros caras, outros jeitos, outras manias e outros defeitos. Tenho preguiça de sorrir com outro alguém e de querer um outro alguém porque eu já me encaixo completamente em você, nem sempre - como nas nossas diferenças - mas eu já sei do que você gosta e do que você odeia, do que te faz feliz e do que te faz dormir morrendo de raiva.
Isso tudo me fez perceber o imenso defeito que tenho, luto pelo o que quero mas jogo tudo pro ar quando algo sai dos eixos. Quando algo sai daquela peça de teatro no qual monto em minha cabeça. E você é justamente isso, é aquele imprevisto enorme bem no dia da apresentação. E aà me tira ,totalmente, da minha zona de conforto e eu não sei o que fazer e acabo agindo por puro impulso. Mas até que isso é bom - tirando todo o choro e a dor de cabeça - porque me mostra que não estamos em um museu onde ver um quadro é a única diversão que vamos encontrar, mas sim, em um parque de diversões.
Às vezes, estamos na roda gigante: calma, romântica e com uma maravilhosa vista. Em outras, estamos em uma montanha russa: com subidas, descidas e viradas de cabeça para baixo que duram pouco tempo. E em outras, em uma mansão do terror: onde as horas se eternizam e a gente só reza e pede para aquele tempo acabar logo por não aguentar mais tanto susto e medo. E isso é bom, porque assim é mais difÃcil enjoar das atrações.
Saindo um pouco dessas metáforas de quem viaja na maionese, quero te dizer que há esperança pra gente. Sempre há, sabe por quê ? Porque a gente se ama. E esse amor é a tal passagem desse parque de diversões. A gente entrou e por mais que dê cansaço, enjoo de alguns brinquedos e até estresse por causa das filas (erros), no final somos duas crianças sortudas e felizes por termos conseguido esse ingresso.