Aproveite os milésimos

18:45

     
Fonte: Imagem do filme "O preço do amanhã"
      Ontem, folheando alguns livros em uma livraria me deparei com o seguinte título "Se só me restasse uma hora de vida". Na hora o livro chamou a minha atenção, pensei no que faria e não consegui formular uma resposta. Um amigo, ao meu lado, respondeu que reuniria todas as pessoas que amava e esperaria junto delas e em minha mente se passavam tantas coisas, inclusive nada.

No momento, queria poder saber mais respostas. As horas se passaram e aquela frase não saia da minha cabeça, perguntei a outras pessoas e suas respostas variaram entre saber o que fazer e entre o "não sei" e assim, não me senti tão sozinha nesse grupo de não saber o que fazer. Pensei que isso se devia ao fato de tratarmos o tempo com tamanha valiosidade,  perdendo os seus ínfimos milésimos.

Tratamos as 24 horas no seu total como uma preciosidade mas e apenas uma hora?  Todos nós nascemos com apenas uma certeza: um dia morreremos. E apesar dessa certeza tentamos adiar esse pensamento ao máximo. Nos damos 70, 80, 90 anos, mas não cogitamos a possibilidade de morremos daqui a pouco em uma hora, por exemplo. Acredito que é devido a isso que não aproveitamos a vida na sua totalidade. Se a ficha realmente caísse de que a qualquer momento poderemos morrer não deixaríamos as coisas para amanhã. Essa conclusão de que uma hora é pouco vai de todas as coisas que adiamos, se demonstrássemos, nos doássemos, se nós fizéssemos tudo aquilo que sonhamos e deixamos sempre para amanhã. Morrer daqui a uma hora ou a uma década não faria diferença. Pois, um dos medos da morte é o sentimento de incapacidade. O medo de não ter vivido, de não ter amado, de não ter tido sonhos,tido vontades, o medo de não ser alguém memorável e esses se dão devido a falta de aproveitamento do tempo. Fazemos atividades demais em tempo de menos. Queremos tudo ao mesmo tempo e no final não temos nada. Encurtamos beijos, abraços, sonhos, despedidas, chegadas, mensagens e até nós mesmos para cabermos no nosso tempo. Sem perceber que não somos nós que temos que nos adaptar ao tempo, mas o tempo que se adapta a nós.

      No entanto, esse conceito de tempo possui tamanho valor que se pudêssemos estenderíamos nossas vidas até a eternidade. Mas será que isso resolveria o problema da falta de tempo? Creio que não, apesar de ser ficcional o filme "O preço do amanhã" de Andrew Niccol nos mostra um pouco de como seria se o tempo fosse ainda mais valioso do que é na realidade, se fosse moeda de troca. No filme, riqueza é tempo e tempo é imortalidade. Se deixamos as coisas para amanhã mesmo sabendo que vamos morrer, imagina se soubéssemos que temos tempo de sobra sem ter o medo da morte? Ou, que temos coisas demais para fazer com apenas um dia de vida por sermos pobres? Haveria muita gente querendo tempo para aproveitar, sem tempo para viver. E pouca gente com muito tempo e poucas coisas para fazer. Por isso, devemos aproveitar que o nosso tempo não é moeda mas sim presente de Deus, para mudarmos as coisas e pessoas ao nosso redor e a nós mesmos. Se questione todos os dias ao acordar, "E se hoje fosse o meu último dia?" e viva sempre como se estivesse vivendo a última hora. O tempo não aumentará, mas aumentará a sua vontade de viver o mesmo tempo. 

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2 comentários

  1. Texto muito coeso e de uma realidade que poucos vêem,parabéns,muito bom,beijos!

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  2. Texto muito coeso e de uma realidade que poucos vêem,parabéns,muito bom,beijos!

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